quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Extra! Incêndio destroi Lider Top

Olá internautas, a alguns minutos presenciei meu primeiro furo de reportagem, um incêndio consome nesse momento um supermercado localizado na travessa Ferreira Pena, bairro de Umarizal . Por volta das 23:15 percebi uma movimentacão estranha na referida rua, ao verificar o que acontecia me deparei com uma cena terrível, o supermercado Líder Top era tomado pelo fogo, as chamas beijavam o céu como que estive anunciado o final dos tempos.
Imediatamente, as proximidades do supremercado ficaram tomadas por populares que olhavam estarecidos o fogo consumir o prédio de dois andares, a chegada do corpo de bombeiros não diminui o tamnaho do estrago, pelo contrário, ficou evidente que os bombeiros teriam muitas dificuldades em controlar a grande fogueira que havia se formado. Fica o alerta do repórter que presenciou a notícia em tempo real e do curioso que ficou atonito com a falta de condicões do corpo de bombeiros em apagar o incêndio. Mais tarde, contarei com maiores detalhes o incidente e divulgarei as imagens, abracos e até mais tarde!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um Gari!



Oi amigos, começo a semana com um desabafo: como é difícil viver nesse planeta! Em uma das minhas idas e vindas pela cidade das mangueiras, deparei-me com uma situação que para muitos já se tornou banal, mas que para mim, ainda causam náuseas, sintoma clássico de quando eu fico indignado.

Ao me preparar para descer do “buzão”, presenciei uma cena lastimável, um senhor bem vestido olhava com todo desprezo que cabia em seu coração para um rapaz com os seus vinte e poucos anos, o jovem estava vestido com botas de cano longo é um macacão “laranjinha” muito típico de nossa cidade, o senil com fanfarronice lançou um olhar de desdém para o moço, tudo porque ele estava trajado com sua farda de serviço, o jovem é gari.

A atitude enojada do homem vestido de vendedor de bíblia é apenas um dos muitos exemplos de preconceito que acontecem todos os dias. A segregação em classes da sociedade capitalista não é novidade para quem tem acesso ao mínimo de informação, de um lado temos os donos dos meios de produção e os controladores do capital financeiro (burguesia), e do outro, os trabalhadores que vendem sua força de trabalho em troca de um salário aviltante que mal dá para se alimentar (proletariado).

Além do preconceito demonstrado pelo senhor com relação à profissão e as conseqüências da função após um dia de trabalho (mau cheiro talvez), o que mais me impressionou foi o sentimento de superioridade evidenciado pela ação desse infeliz idoso – um rei na barriga seria insuficiente para utilizar na metáfora.

Suponho que o fato de os dois cidadãos estarem utilizando o transporte coletivo indica que eles são da mesma classe (proletária), então por que o senhor bem vestido achou-se superior ao jovem trabalhador? - É muito simples! O aparente vendedor de bíblias não se identifica com o gari porque ele não se considera da mesma classe que o rapaz, a divisão do trabalho permite que pessoas da mesma classe tenham a falsa sensação de estar em castas diferentes, pois a valorização de uma profissão em detrimento da outra é um dos instrumentos utilizados pelo sistema como forma de desarticular qualquer movimento contrário à exploração exercida pela burguesia.

É mais fácil você achar que é superior ao outro só porque você teve ou aproveitou as oportunidades que surgiram na sua vida do que juntar forças em busca de conquistas coletivas maiores. Ao presenciar a cena descrita acima, fico me perguntando, se eu estivesse no lugar do gari, o que eu faria? Fingiria como ele fez para não arrumar algum tipo de confusão? Ou reagiria indignado e partiria para tomar satisfação? E mais... será que a minha namorada teria se interessado por mim ao saber da minha profissão insalubre? Penso que qualquer das opções por mim escolhidas não resolveria o cerne da questão, a divisão só enfraquece e distancia ainda mais qualquer possibilidade de mudança social, perpetuando o status dos poucos que têm muito e dos muitos que têm pouco. Até a próxima postagem!





Foto: http://www.fotogarrafa.com.br/arq_bck/200211_f%20o%20t%20o%20g%20a%20r%20r%20a%20f%20a.htm

domingo, 21 de outubro de 2007

Dia do professor

Olá meus amigos! Estou comemorando uma semana muito especial, além de poder falar pela segunda vez com vocês, comemoro meu primeiro dia do professor após minha formatura. Na segunda, dia 15, recebi felicitações de vários alunos alusivos ao meu dia, - fiquei muito feliz, pois é uma profissão que amo, juntamente com o jornalismo. Contudo, não podia deixar de nesta data tão importante refletir acerca da atual situação da educação no Brasil.


No decorrer da semana, li vários artigos que apontavam para o mesmo lugar, a calamidade do ensino em nosso país. Queria me reportar a vocês refutando a todos que descreveram tal situação, mas como educador tenho vivido de perto tamanha displicência na formação de nossos alunos. Dentre as inúmeras causas já batidas por muitos especialistas e ratificadas por pais que confiam a educacão de seus filhos ao Estado, a falta de investimentos no setor é, sem dúvida, o principal algoz do nosso sistema educacional.


Não é interesse do Estado investir na formação humana, pois um homem com informação tem a capacidade de criticar sua realidade respaldado em informações, o que o torna difícil de ser controlado. - Mas é claro que o discurso do governo não pode transmitir tamanha sinceridade, por isso, eles optão por insistir na falácia de que necessitam dos recursos para o pagamento da dívida externa, bulhufas!

A fome de conhecimento seja talvez o pior tipo de miséria que exista, ela não permite avanços, deixando a populacão totalmente desprotegida, deixando-a a mercê de qualquer esmola advinda de poderosos que em troca pedem o apoio do povo em prol de benefícios pessoais.

Um povo sem educação é um povo que não tem futuro! Sem perspectivas de terem condições dignas de vida, milhares de jovens ingressam no mundo do crime como sendo a última alternativa de sobreviver, de alimentar a esperança de ter comida na mesa, de comprar aquele tênis Nike que o negro pobre vê no pé do "mauricinho" branco. - É, analisando bem a realidade, realmente é mais fácil roubar e matar do que sentar em uma carteira de madeira para ouvir uma pessoa frustrada, que insiste em dizer que se os alunos não estudarem eles não terão um futuro e que nosso país depende deles. Pensar em uma educação de qualidade virou uma utopia no Brasil, - ainda bem que sou materialista, pois assim evito de me frustar com mais um sonho que está longe se concretizar. Não sei por quê ainda não me dei um tiro na cabeça! Até a próxima postagem.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A novela Renan

Olá internautas! Desculpem pela ausência repentina, mas tive que dar conta de outras demandas. Apesar das tarefas, não deixei de acompanhar o desenrolar da novela Renan Calheiros. A cada novo elemento surgido na trama, minha perplexidade aumentava de forma exponencial, o enredo da história mostrou-se mais complexo do que se pensava, um simples caso extraconjugal acabou revelando um grande esquema de corrupcão que envolvia pagamentos de contas pessoais por lobista, troca de favores com empresários e compra de veículos de comunicão por meio de laranjas.

Por falar na imprensa, ela teve mais uma vez papel imprescíndivel para o "sucesso" da trama, pois soube vender o produto que ela mesmo criou, já que foi através da reportagem da revista Veja que tomamos conhecimento dos atos inadequados de Renan Calheiros.
Apesar de ser difícil para mim admitir, o papel da Veja foi muito importante, mas não se comparou ao trabalho da Folha e do Estadão, ambos mostraram como deve se fazer uma cobertura jornalística. A nota triste é que ainda existem muitos veículos e jornalistas que brigam com a profissão, enquanto os repórteres comprometidos com informacão que realmente interessa, outros buscam informar o supérfluo, por exemplo, se a playboy teve muita dificuldade de esconder as imperfeicões da minha "colega" de profissão Mônica Veloso.
Com o pedido de licenca do cargo de presidente do Senado, o senador Renan Calheiros não conseguirá a paz que tanto deve pedir a noite ao se deitar. As investigacões continuam e a imprensa séria e comprometida está fiscalizando aqueles que tem o dever moral de por um basta nesta sujeira que se tornou o legislativo brasileiro. Posto mais abaixo, a cronologia do caso Renan que a Folha dispoibiliza em seu site, só espero que ao final não tenhamos novamente gosto de pizza nos lábios, até a próxima postagem.


Cronologia do caso renan (Folha de São Paulo)

26 de maio: Revista "Veja" publica reportagem na qual revela que Renan recebia recursos da empreiteira Mendes Júnior, por meio do lobista Cláudio Gontijo, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. De acordo com a revista, Gontijo arcaria com o pagamento do aluguel de R$ 4.500 de um apartamento de quatro quartos em Brasília e com a pensão mensal de R$ 12 mil para a jornalista.
28 de maio: Renan usa a tribuna do Senado para pedir perdão à família e desculpas ao lobista Cláudio Gontijo, pela exposição de seu nome.
6 de junho: O Conselho de Ética do Senado instaura processo contra Renan por quebra de decoro parlamentar.
11 de junho: Renan se antecipa e entrega sua defesa no processo contra suposta quebra de decoro parlamentar ao Conselho de Ética da Casa.
13 de junho: Primeiro relator do caso Renan, senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) apresenta parecer no qual diz que não há provas contra o peemedebista e sugere o arquivamento do processo. Durante a sessão do conselho para votar o parecer de Cafeteira, o presidente do órgão, Sibá Machado (PT-AC), adia os trabalhos para 15 de junho. Oposição defende que a jornalista Monica Veloso seja ouvida.
14 de junho: Reportagem veiculada no "Jornal Nacional", da TV Globo, informa que foram encontradas supostas irregularidades nos documentos apresentados por Renan na defesa feita ao Conselho de Ética. O relator Epitácio Cafeteira diz que não muda parecer porque seu relatório foi elaborado anteriormente às denúncias do jornal.
15 de junho: Após novas denúncias contra Renan, Conselho de Ética adia votação do relatório de Epitácio Cafeteira para 19 de junho. Antes de concordar com o adiamento, Cafeteira ameaçou entregar o cargo de relator do caso. Só desistiu depois de receber um telefonema de sua mulher durante a sessão do conselho.
16 de junho: Polícia Federal faz perícia em documentos que Renan apresentou ao Conselho de Ética para tentar comprovar venda de R$ 1,9 milhão em gado em quatro anos. O objetivo é comprovar a autenticidade dos documentos. Policiais federais vão ao Senado para recolher os documentos para dar início à análise de notas fiscais, cópias de cheques e guias de trânsito animal disponibilizados por Renan.
18 de junho: Relator do caso Renan, senador Epitácio Cafeteira pede afastamento do Conselho de Ética por dez dias. Ele alegou motivos de saúde. Em substituição a Cafeteira, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado, assume interinamente a relatoria do caso.
18 de junho: Durante sessão do conselho, o advogado Pedro Calmon Filho leu um termo de declaração em nome de sua cliente, a jornalista Mônica Veloso, no qual afirma que recebia os pagamentos via lobista Cláudio Gontijo em 'dinheiro vivo' e que era ela mesmo quem depositava a quantia em sua conta bancária. O lobista Cláudio Gontijo também presta depoimento ao conselho e admite que emprestou seu apartamento várias vezes para Renan e que foi incumbido de entregar dinheiro para a jornalista. Porém, negou que o dinheiro fosse seu ou da Mendes Júnior. Após os depoimentos, Sibá Machado, adia para 20 de junho a votação do relatório favorável a Renan.
19 de junho: Reportagem da Folha revela que o laudo do INC (Instituto Nacional de Criminalística), órgão da Polícia Federal, compromete a versão de Renan ao apontar conflito entre as datas nas quais ele teria vendido lotes de gado e aquelas em que há registro de ingresso em suas contas bancárias do valor obtido com a transação comercial.
19 de junho: Renan encaminha ao Conselho de Ética cópias de novos documentos que indicariam que não houve duplicidade nos recibos apresentados por ele referentes à compra de gado em Alagoas. No plenário, senadores do PMDB e PDT defendem afastamento de Renan da presidência. Mas o peemedebista nega que esteja disposto a deixar o cargo. À noite, a PF entrega resultado da perícia realizada nos documentos apresentados por Renan. No relatório, a PF confirma veracidade de notas de Renan, mas faz ressalva sobre transações.
19 de junho: Aliado de Renan, senador Wellington Salgado (PMDB-MG) é escolhido o novo relator do processo contra Renan em substituição a Epitácio Cafeteira, que pediu licença do cargo por motivos de saúde.
20 de junho: Conselho de Ética adia mais uma vez a votação do processo contra Renan. Após o adiamento, o relator Wellington Salgado cumpriu a promessa e entregou o cargo.
26 de junho: Sibá Machado renuncia à presidência do Conselho de Ética do Senado.
27 de junho: Senador Leomar Quintanilha, aliado de Renan, é eleito novo presidente do Conselho de Ética do Senado.
4 de julho: Conselho de Ética do Senado escolhe três relatores para o processo contra Renan: Renato Casagrande (PSB-ES), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE).
1º de agosto: PSOL protocola nova representação na Mesa Diretora do Senado contra Renan para investigar se o parlamentar beneficiou a empresa Schincariol junto ao INSS, além das acusações de que o peemedebista teria grilado terras em Alagoas junto com seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
4 de agosto: Revista "Veja" publica nova reportagem contra Renan na qual informa que o senador é sócio oculto de uma empresa de comunicação em Alagoas. Ele teria usado laranjas e pago R$ 1,3 milhão em dinheiro vivo, parte em dólares, para virar sócio de duas emissoras de rádio em Alagoas, que valem cerca de R$ 2,5 milhões.
6 de agosto: O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pede ao STF (Supremo Tribunal Federal) abertura de inquérito para investigar Renan.
7 de agosto: O ministro do STF Ricardo Lewandowski determina a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Renan e aceita o pedido de abertura de inquérito feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para investigar o peemedebista nas denúncias sobre a Mendes Júnior.
8 de agosto: O Conselho de Ética do Senado decide que vai analisar separadamente as novas representações contra Renan para evitar atrasos nas investigações que já tiveram início.
9 de agosto: O corregedor do Senado, Romeu Tuma, decide abrir investigação para apurar a denúncia de que Renan laranjas para a compra de rádios e de um jornal em Alagoas.
16 de agosto: Mesa do Senado encaminha terceira representação contra Renan ao Conselho de Ética da Casa referente a denúncias de que o senador teria usado laranjas na compra de um grupo de comunicação em Alagoas.
16 de agosto: O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), ouve depoimento do usineiro João Lyra, em Maceió (AL), sobre a operação de compra de um grupo de comunicação em Alagoas por meio de laranjas. Tuma diz que a situação de Renan ficou 'delicada' após o depoimento do usineiro.
21 de agosto: Polícia Federal entrega resultado da perícia realizada nos documentos de Renan. Segundo o laudo, Renan não conseguiu comprovar os rendimentos do peemedebista com a venda de cabeças de gado em Alagoas entre os anos de 2003 e 2006. Renan alega, em sua defesa, que os rendimentos eram suficientes para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso.
Segundo o laudo, os documentos apresentados por Renan não foram suficientes para mostrar que ele tinha capacidade econômico-financeira para pagar pensão à jornalista.
23 de agosto: Reportagem da Folha informa que fazendas de Renan têm contabilidade fictícia, segundo o laudo da Polícia Federal. A reportagem relata que a principal lacuna na atividade rural declarada pelo senador não é o valor de venda do gado mas a ausência de recibos que provam despesas de custeio nas fazendas. Além disso, essa falta de registros gerou distorções em sua evolução patrimonial.
23 de agosto: Renan presta depoimento de duas horas aos três relatores do Conselho de Ética para explicar detalhes da perícia que a Polícia Federal realizou em seus documentos. Para Marisa Serrano e Renato Casagrande, o senador não conseguiu comprovar que tinha recursos para pagar pensão à jornalista. O único relator a se convencer com as explicações de Renan foi Almeida Lima, um dos principais aliados do peemedebista no Senado.
24 de agosto: O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha, defende votação secreta para o relatório do primeiro processo contra Renan do órgão. Mas diz que vai submeter ao plenário do conselho a decisão sobre o tipo de votação a ser implementada no primeiro processo contra Renan. Começa a discussão sobre o tema.
28 de agosto: Consultores jurídicos do Senado recomendam ao
presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), a realização de votação secreta no relatório do primeiro processo contra Renan.
28 de agosto: O secretário-adjunto da Mesa Diretora do Senado, Marcos Santi, pede demissão do cargo em protesto contra um 'parecer encomendado' que impede que a votação do processo contra Renan no Conselho de Ética seja aberta.
28 de agosto: Renan defende votação secreta para o relatório do primeiro processo a que responde no Conselho de Ética.
29 de agosto: Renan nega que tenha influenciado a consultoria jurídica
a elaborar um parecer favorável à votação secreta no processo a que responde por quebra de decoro parlamentar.
29 de agosto: A consultoria jurídica do Senado divulga novo parecer, solicitado pelo senador José Agripino (DEM-RN), no qual afirma que a votação no Conselho de Ética em processos de perda de mandato pode ser aberta.
30 de agosto: O senador Almeida Lima apresenta ao Conselho de Ética do Senado relatório em que defende a absolvição de Renan.
30 de agosto: Com 70 páginas, o relatório dos senadores Marisa Serrano e Renato Casagrande sobre o primeiro processo contra Renan no Conselho de Ética aponta oito razões para que o peemedebista.
30 de agosto: O plenário do Conselho de Ética decide, por 10 votos a 5, que a votação do relatório do processo contra Renan será aberta. Mas adiou para 5 de setembro a votação do relatório do processo contra o peemedebista.
31 de agosto: A Polícia Federal começa a investigar denúncia de um esquema de lavagem de dinheiro que envolveria o senador Renan.
4 de setembro: Na véspera da votação do relatório que pede a cassação de seu mandato no Conselho de Ética, Renan discursa por mais de meia hora no plenário para rebater as denúncias de que é acusado.
5 de setembro: Por 11 votos a quatro, o Conselho de Ética do Senado aprova o relatório dos senadores Marisa Serrano e Renato Casagrande que pede a cassação do mandato do senador Renan.
5 de setembro: No mesmo dia em que o conselho aprova o relatório recomendando a cassação, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprova, por 20 votos a um, o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que considera legal e sem vícios constitucionais o projeto que pede a cassação de Renan. Com a aprovação da CCJ, o projeto que recomenda a perda de mandato do presidente do Senado segue para votação no plenário do Senado.
6 de setembro: PSOL ingressa com nova representação na Mesa Diretora do Senado com pedido de investigação de Renan. O partido cobra do Conselho de Ética apuração das denúncias reveladas pelo advogado Bruno Lins, de que Renan participaria de esquema de desvio e lavagem de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB.
11 de setembro: Um dia antes de o plenário do Senado decidir seu futuro político, Renan descarta a possibilidade de renunciar ou se licenciar do cargo. A renúncia seria uma estratégia para preservar o seu mandato como senador.
12 de setembro: Plenário do Senado absolve Renan. O placar foi: 35 votaram pela cassação de Renan e 40 pela absolvição, além de seis abstenções.
20 de setembro: Mesa Diretora do Senado decide encaminhar para o Conselho de Ética da Casa a quarta representação contra Renan por quebra de decoro parlamentar. O pedido cobra investigações sobre a denúncia de que Renan teria participado de um esquema de desvio de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB.
6 de outubro: Reportagem da Folha revela que Francisco Escórcio, assessor especial de Renan, tentou um plano para espionar os senadores goianos Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB).
9 de outubro: PSDB e DEM protocolam quinta representação contra Renan para investigar a denúncia de que o presidente do Senado estaria montando um dossiê contra senadores de oposição com o objetivo de chantageá-los.
10 de outubro: Senador Jefferson Peres (PDT-AM) aceita convite de Quintanilha para relatar o terceiro processo por quebra de decoro contra Renan. Neste processo, Renan é acusado de usar "laranjas" para comprar um grupo de comunicação em Alagoas.
Leia mais:

http://www.estadao.com.br/nacional/not_nac30482,0.htm

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=437IMQ008

domingo, 7 de outubro de 2007

Violência, corrupcão e fome: chagas do capitalismo


Olá internautas! Estamos iniciando o mês de outubro com grandes assuntos em pauta no cenário nacional, temas de substancial interesse público – alguns repetidos que muitos questionam se ainda podem ser considerados notícia, mas que na minha opinião dão um bom cardápio para as "rodinhas" de amigos.

Na última postagem, falamos da violência como problema grave de nossa sociedade, que não se resume apenas aos dados estatísticos da criminalidade, mas também ao colapso social e de miséria que nosso país perpetua. A violência é uma das conseqüências do modelo de sociedade que nos é imposto, somada a fome e a corrupção, suas irmãs gémeas, representam o legado de um casamento nefasto: a burguesia e o capitalismo.

Enquanto boa parte dos brasileiros não consegue se alimentar bem, que quase metade da população da região metropolitana de Belém está abaixo da linha de pobreza e que 40% da população carcerária do Pará é composta por jovens até 24 anos – que provavelmente ingressaram na vida de crimes por falta de oportunidade, o nosso "bravateiro" presidente esta preocupado em criar um ministério - sabe se lá para que! Égua, para quem era metalúrgico e viveu momentos difíceis na vida, nosso "lulinha" sabe priorizar os grandes problemas de nosso país. - Como bom brasileiro e filho da grande revolução cabana, posso tentar ajudar o presidente e seus assessores a focalizar o que realmente interessa a população – Hum... como se eles não soubessem!

Extra! BOVESPA bate recorde, presidente do BC diz que o Brasil ganhou com a estabilidade econômica e o povo passa fome!

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou para os senadores na semana passada que o Brasil demonstrou estabilidade mesmo durante a recente crise no mercado financeiro. Em audiência pública, Meirelles demonstrou que a economia brasileira esta dentro dos padrões exigidos pelo mercado e pelas instituições financeiras internacionais. Para ratificar suas afirmações, o presidente do BC utilizou os números do risco país para defender a política econômica do país. Outro fator positivo para aqueles que defendem a política econômica ultra conservadora do governo Lula é as sucessivas quebras recordes da BOVESPA (bolsa de valores de São Paulo) - notícia capaz de encher os olhos de lágrimas dos economistas mais passionais!

Não estou aqui para questionar os conhecimentos acadêmicos dos analistas de mercado, tampouco ignorar resultados que não minimizam efetivamente os graves problemas que a população vive, mas que pelo menos ajudam a não agravar ainda mais esta situação. O que me indigna é a capacidade desses profissionais de dissociar, ou melhor, de não relacionar os supostos resultados positivos a realidade do cidadão comum - será por que não é possível?

O brasileiro está cansado de ouvir das autoridades que o país esta no caminho certo, quando é que a maioria da população vai colher os frutos de uma economia estável? A resposta é curta e grossa, nunca! O capitalismo não permitirá tal feito, não é de sua natureza! A estabilidade econômica no máximo pode mascarar suas mazelas, e só! Apenas uma pequena faixa da população que pode investir no mercado financeiro e que possui capital de investimento usufrui da atual política econômica, - quem sabe no futuro um assalariado poderá tirar parte dos seus rendimentos para fazer investimento na bolsa, comprando ações, por exemplo.

Enquanto esta utopia não acontece, prefiro afirmar que essa política imperialista contribui efetivamente para números que realmente refletem a situação de nosso país, como por exemplo, a indicação da já citada pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (Usp) e Universidade federal de São Paulo (Unifesp) de que os brasileiros têm uma péssima alimentação. Salvo as especificidades, esse quadro está intimamente ligado a miséria, pois boa parte da população encontra-se abaixo da linha da pobreza – só na região metropolitana de Belém em 2005, segundo o departamento intersindical de estatísticas e estudos socioeconômicos (Dieese), essa população girava em torno de 50 % da população. Isso mesmo, metade da população da "metrópole da Amazônia" é miserável.

Desculpem novamente os profissionais da área e os simpatizantes dos números da economia brasileira, mas enquanto meus irmãos de pátria passam fome não posso soltar foguetes porque a BOVESPA bateu mais um recorde ou porque o risco país caiu - eu quero é que as duas expludam!

Corrupção: um mal diferente com a mesma origem
Assim como a violência (assunto abordado no artigo anterior) e a miséria (explanada acima), a corrupção também tem suas raízes no atual modelo de sociedade. Nosso sistema político dito democrático é perfeito para que aqueles que têm o poder econômico a seu favor, e péssimo para a maioria dos brasileiros, iludidos com jargões típicos de políticos demagogos: "vivemos num país democrático!", "o voto do pobre é igual a do rico!", “seu voto faz a diferença!”.

Nossas instituições são completamente comprometidas com as elites, pois seu poder econômico garante o financiamento das campanhas políticas, agrados em troca de favores, etc... Esses e outros fatores fazem com que a população mantenha seu total descrédito no que se refere a idoneidade de quem é eleito ou foi selecionado para representar o povo. É o que demonstra a pesquisa divulgada pela ONG Transparência Internacional, feita entre janeiro de 2006 e julho desse ano. O Brasil amarga a 72ª posição no ranking, atrás de países como a Colômbia, Cabo Verde e Senegal. - Ainda bem que a pesquisa foi encerrada em julho, senão estaríamos amargando a lanterninha do campeonato, graças a vexatória absolvição do senador Renan Calheiros e a abertura do inquérito contra os 40 “mensaleiros” (que vontade de escrever outro adjetivo, mas ainda não tenho advogado).

Outra pesquisa, dessa vez com o objetivo de mensurar o nível de confiança do brasileiro em suas instituições representativas, realizada pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) aponta que a câmara dos deputados e o senado federal são as instituições que menos geram confiança na população, com 83,1% e 80,7% respectivamente. Governo e oposição têm visões diferentes sobre o resultado, o primeiro afirma que o combate à corrupção tem sido mais forte por isso vem se descobrindo mais falcatruas, já a oposição afirma que o governo Lula é corrupto o que confirma o fraco desempenho do país contra a corrupção.

A única afirmação que posso fazer é que independente de quem esteja na oposição ou na situação, terá que conviver com esta chaga que não cicatriza, pois se prolifera como a metástase de um câncer e se espalha com a velocidade de uma doença endêmica. A violência, a fome e a corrupção são inerentes a nossa sociedade, o mal tem que ser cortado pela raiz! Até a próxima postagem.